AULA 01
Na primeira aula foi experimentado
o estilo dos poemas de representação (role
playing poems) uma sub categoria dos LARPS – Live Action Role Playing ou representação ao vivo.
Foi trabalhado o tema
Revolução francesa, abrindo debates
sobre as diferentes histórias e percepções por trás do livro didático.
“No
começo estava tímido e por fim fui me soltando e me acostumando com a presença
de outros jogadores e com suas opiniões e suas ações. No jogo eu era o “Rei” francês e tinha que
lutar por minha sobrevivência dentro de uma sala de cristais no palácio de
Versalhes cercado de camponeses franceses que estavam sendo expostos a
condições insalubres de vida. Ao meu lado e também pertencente da monarquia
francesa estava “meu irmão” mais novo e o próximo na linha de sucessão e também
um integrante do clero no caso um Bispo. O mais interessante foram as
argumentações nas quais eles decidiam matar ou não os integrantes, os
“porquês”, as réplicas, tréplicas. Tudo fluía de acordo com uma verdadeira cena
de teatro improvisada com exceção das risadas esporádicas. Por fim os camponeses
mataram todas as autoridades e provaram que as argumentações nem sempre são
efetivas.”
AULA 02
Ainda no trabalho com poemas de representação, trabalhamos
com o tema de gestão urbana, com isso os educandos puderam questionar e levantar
problemas sobre a complexidade da estrutura do município, correlacionando município,
estado e região, em contrapartida a parâmetros econômicos, sociais e
estruturais.
“Bem,
o jogo de hoje me pareceu bem mais confortável do que o da reunião anterior,
mas me pareceu exigir uma argumentação mais sólida do que os outros e também,
até certo ponto, um pouco de conhecimento prévio. O que eu achei interessante é
que o jogo de hoje pedia um pensamento rápido e abrangente em várias áreas,
como geografia, política, etc. e que quase todo mundo foi capaz de argumentar
igualmente, mesmo com pouco conhecimento sobre. Acho que apesar dos problemas
com várias argumentações realizadas ao mesmo tempo, é crucial que o jogo tenha
essa liberdade para que os jogadores, conforme forem avançando dentro das
regras, possam se fixar em lugares até que o jogo possa fluir de acordo com os
lugares encontrados, porque mesmo que alguns lugares estejam pré-estabelecidos
no início do jogo, esses mesmo lugares vão aderindo às características que só
são percebidas pelo confronto.”
AULA 03
Nesta aula trabalhamos a formação do ser social, com intuito
para alunos de 1° ano, promovendo as primeiras percepções sore o que é história.
Onde os educandos trazendo materiais de casa que fazem parte de sua história,
constituem um boneco, e dele desenvolvem uma estruturação sobre o mesmo debatendo
moradia, família, trabalho, cultura, motivação e lazer. A opção foi não utilizar
uma estrutura de jogo completa, mas uma elemento a parte, o dado, que foi confeccionado em cores vivas, com espuma
e courino.
“Quando
chegamos, descobrimos que montaríamos um boneco com as coisas que trouxemos.
Com esse boneco, jogaríamos um dado que continha seis lados e seis temáticas:
lazer, cultura, motivação, trabalho, família, moradia. Cada um jogava o dado, e
tinha que descrever um desses aspectos do boneco. Neste jogo, pudemos notar que
acabamos por colocar sentimentos e coisas nossas na construção do personagem. Acabamos
colocando pensamentos nossos e coisas que gostaríamos de fazer.” “Um
ótimo jogo para trabalhar noções de memória, história local, levantamento de
problemas e novas perspectivas sociais”
AULA 04
Nesta aula trabalhamos board games (jogo de tabuleiro) de
maneira adaptada no que chamamos de Ground Game (jogo de chão) onde utilizamos
as instalações físicas como tabuleiro, no caso a universidade Federal, neste
jogo cada participante recebia 4 cartas que designadas em: assunto, foco, característica
e problema. A partir dai deveriam iniciar uma pesquisa feita de entrevistas e
analises documentais, com intuito de instagar o habito da pesquisa, segue
abaixo parte dos resultados.
“nós agimos como pesquisadores e tínhamos que fazer
perguntas para determinados grupos com determinados parâmetros. Foi um pouco
mais difícil, pois existiam várias implicações, como quem eram seus
entrevistados, onde eles estavam etc, mas uma coisa curiosa foi que o jogo
tinha alguns aspectos do jogo de tabuleiro e que as pessoas no tabuleiro, no
caso a universidade, eram acontecimentos, parte desse tabuleiro. A sensação era
a estar mesmo se movendo dentro de um tabuleiro, condicionado pelas regras. A
minha maior dificuldade dessa vez tentar encontrar alguém que se encaixasse na
minha pesquisa e formular de forma coerente a pergunta”
AULA 05
Nesta aula, desenvolvemos um jogo de cartas que era voltado
exclusivamente para levantar e interconectar os problemas sócio históricos,
promovendo um exercício sobre a critica e argumentação diante de temas
sorteados aletoriamente. O jogo se baseava em uma analise que poderia ser de
uma cidade, de um estado, região, pais continente ou até global, vistas por
representações de economia, saúde, educação, trabalho, moradia, entre outros.
“O jogo tinha que ter as cartas relacionadas e quem jogasse
teria que falar todas as relações ditas anteriormente caso contrário compraria
uma carta. Correlacionando problemas entendemos um pouco a quantidade de
problemas que uma cidade, até mesmo um país, pode ter, vendo que não adianta
relacionar um sendo que outra coisa pode acabar causando o problema
posteriormente. ”
AULA 06
Retomando aos role playing poems, trabalhamos desdobramentos
históricos como impactos futuros, comparativo entre senso comum e senso critico
e por ultimo confrontos entre estruturas sócio-culturais que compõe o ser
social.
“Com o passar do jogo essas
pessoas, obrigadas a se comunicarem, acabavam expondo seus medos e anseios
junto com o preconceito que carregam. Dando para ter uma crítica bem nítida da
sociedade em si. O ser humano é um
conjunto de acontecimentos, sua formação de valores é formada pela criação não
só dos pais mas também pela da televisão, música, amigos, escola, livros. Todo
o seu caráter não depende e não vem do mesmo e sim das ações e das pessoas em
sua proximidade. ”
AULA 07
Nesta aula trabalha o RPG, mas exatamente a síntese aplicada
a sala de aula, denominada metodologia roleplaying, nela trabalhamos uma
amostra de como planificar e desenvolver um conteúdo não linear deixando a aula
como uma campo de experiência a ser descoberta pela escolha dos próprios alunos.
“O jogo de hoje foi, para
dizer o mínimo, surpreendente. Poder observar como a estrutura de um jogo pode
ser tão benéfica em todos os sentidos para uma grande maioria dos alunos, me
faz pensar quase que todas as utopias da pedagogia podem finalmente ser sanadas.
Nesse jogo, nós éramos personagens que agiam
dentro de uma configuração de realidade onde vários conceitos de uma
disciplina, eram apresentados e nós tínhamos que lidar com esses conceitos, e
de uma outra forma, criar situações e experiências nossas. Acabávamos por
elaborar de tal forma as ações, que elas ficavam em grande parte, em nós, como
se o conhecimento exposto em sala de aula pudesse ser posto em
"prática" e essa prática, tão real, tão bem construída, passasse a fazer
parte daqueles que estão usando esse conhecimento, ao mesmo tempo elaborando
onde usá-lo. Eu confesso que nunca tinha uma prática que tivesse essas
habilidades antes, em nenhum tipo de teoria ou metodologia de sala de aula.”
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